Teolatria

No Teolatria você encontra diversos estudos bíblicos em slides (power point) para baixar, além de muitas pregações, sermões expositivos, textuais, temáticos em mp3, dos pregadores da IMVC - Vilhena/RO: Pr. Cleilson, Pb. João, Pb. Alex, Pb. Wesllen Ferreira, irmã Clair Ivete e pregadores convidados.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

CONTRA O ANIQUILACIONISMO (PARTE 04)


Agora vamos para a palavra bíblica traduzida por “eterno, para sempre, pelos séculos dos séculos”, etc. Verdade que nem sempre o termo grego aiōn significa sem fim, embora seu significado seja comumente esse. Às vezes significa "um ciclo completo, uma era". Porém o contexto, em geral o contexto próximo, resolve essa questão. Quando essa palavra aparece no NT, ela é traduzida assim. Por exemplo, quando Paulo diz para não nos conformarmos com este século (Rm 12.2), ele usa esta palavra. E aqui, obviamente, o sentido não é de eternidade, mas que você não deve se conformar a esta era em que vivemos. Por isso a versão Corrigida traduziu “este mundo”, em um dos vários sentidos de kosmos, isto é, o sistema em que vivemos. Mas quando Jesus usa essa mesma palavra para fazer o contraste entre vida eterna e punição eterna (Mt 25.46) não há como negar o sentido idêntico em termos de duração. Até a preposição grega é a mesma (eis), que quer dizer “para dentro” (um, para dentro da punição eterna e outro, para dentro da vida eterna). No mesmo versículo, não há como a mesma palavra ter significados diferentes. Em Marcos 3.29, Jesus diz que quem comete a blasfêmia contra o Espírito Santo é réu de pecado eterno! Como pode um réu de pecado eterno deixar de ser réu? Pecado eterno aqui poderia ser traduzido como “pecado de uma era”? Ou “pecado de um ciclo”? Ou “pecado de um longo tempo”? Seu pecado é eterno, visto que não tem perdão, disse Jesus. Logo, se não fosse eterno, teria perdão em algum tempo. Sendo assim, mais uma vez, o aniquilacionismo perde para o universalismo. Este, pelo menos diz que, após um longo sofrimento no inferno, as pessoas serão perdoadas, enquanto o aniquilacionismo diz que serão extintas! Mas Jesus nega ambas as afirmações. O pecado é eterno e por isso não tem perdão. Nem sairá do inferno para ser salvo, nem sairá do inferno por extinção!

Sobre a aparente contradição em Jd 7, sobre Sodoma e Gomorra, o que os aniquilacionistas perdem de vista é que o texto não está dizendo que estas cidades estão queimando até hoje. Ele está dizendo que estas cidades foram postas como exemplo para o fogo eterno. Como sabemos, os exemplos são menores do que sua realidade; os tipos são menores que seus antítipos; as sombras são menores do que sua realidade; os sinais são menores que seu apontamento. Então, assim como Sodoma e Gomorra queimaram, ainda que com fogo passageiro, elas foram postas como exemplo para os que queimarão em fogo eterno

Esse erro não é só dos aniquilacionistas. Hoje em dia, há muitas pessoas, inclusive supostos crentes e pastores, dizendo que não existe inferno; que o inferno que Jesus falava nos Evangelhos era o geena, o qual era apenas o vale de Hinom, onde se queimavam ossos, lixos e carcaças. Essas pessoas, assim como os aniquilacionistas que usam erradamente o texto de Jd 7, se esquecem (ou nem sabem) dessa simples e importante regra de interpretação bíblica: que os sinais são menores do que seu apontamento. Não é que o inferno não exista por causa do exemplo do vale de Hinom e sim que o vale de Hinom é um exemplo para a realidade inegável da existência do inferno. Se o vale de Hinom é real, muito mais o inferno! Se o vale de Hinom queima, muito mais o inferno! Se, por séculos, houve fogo no vale de Hinom, pelos séculos dos séculos haverá fogo no inferno! Se o fogo do vale de Hinom era material, o fogo do inferno será incalculavelmente pior, seja qual for sua composição! 

Assim também o texto de Jd 7, ao qual recorrem em vão e ignorantemente os aniquilacionistas. Se Sodoma queimou junto com seus habitantes, muito mais queimará o inferno com seus condenados! Se o fim de Sodoma foi trágico, muito mais será o fim dos que irão para o lago de fogo – uma vez que Sodoma e Gomorra foram postas apenas como exemplo. Essas cidades não eram a realidade das coisas. Eram apenas exemplo. A realidade será infinitamente pior! (Continua)...

Día tes písteos.

Pr. Cleilson

2 comentários:

  1. Realmente, tem muita gente dizendo que não existe inferno. Que estudo maravilhoso, instrutivo e poderoso. Vou aguardar a próxima parte. :)

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    1. Maravilha, meu irmão! Que o Senhor nos guarde na fidelidade à Sua Palavra!

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