"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6.23).
Geralmente as pessoas gostam mais do seu salário do que do
seu patrão. Claro que há casos de bom relacionamento entre chefe e empregado,
mas, ainda que o trabalhador ache que mereça ganhar mais do que aquilo que recebe
e, ainda que tenha um excelente relacionamento com seu patrão, normalmente ele
gosta mais do seu salário do que do seu empregador.
No caso do ser humano em relação ao seu senhor “pecado” é
diferente. O ser humano, neste caso, gosta mais do seu patrão do que do seu
salário. Porque o salário do pecado é a morte e ninguém quer saber da morte;
por outro lado, todos gostam do pecado.
Salário é recompensa; salário é retribuição justa; salário é
o que alguém recebe porque fez por merecer. E o que o ser humano merece, sua
justa recompensa é a morte, pois este é o salário devido a todo que é escravo
do pecado. É o que todo pecador merece, porém nenhum pecador gosta desse
salário; ao mesmo tempo todo pecador gosta do pecado. Em outras palavras,
gostamos do pecado, mas odiamos sua consequência. E ainda que o pecado tenha
outras várias consequências para o pecador, a maior delas e a final é a morte. E,
infelizmente, gostando desse salário ou não, é o que todos têm por receber!
Acontece que há um outro Senhor, o Senhor dos senhores,
Jesus Cristo. Desse patrão todos dizem que gostam. Aquilo que Ele dá, então, aí
sim, todos amam – a vida eterna! Porém as pessoas entendem basicamente duas coisas
equivocadas sobre este Senhor e sobre Sua dádiva. Vejamos estes entendimentos errados.
1 – Pensar que o que Ele dá (vida eterna) é recompensa.
Neste primeiro pensamento, muita gente acha que pode receber a vida eterna como
retribuição por aquilo que faz. Acha que fez por merecer a vida eterna quando
pratica algumas coisas nobres e boas socialmente falando. Mas o texto nos diz
que a vida eterna não é salário. É dom gratuito. É graça. É um presente. Não é prêmio
por alguma coisa que fazemos.
2 – Pensar que pode viver para o pecado e receber a dádiva
da vida eterna. Neste segundo pensamento, tem gente que acha que não importa
servir ao senhor “pecado”, que no fim das contas o outro Senhor lhe dará de
todo jeito o presente da vida. Mas quem vive no pecado merece a morte. Não tem
como receber a morte e a vida ao mesmo tempo.
Alguém pode pensar: “Então para receber a vida eu tenho que
servir o Senhor Jesus; ora, isso não me parece dádiva e sim recompensa também.
Por que o texto não diz: ‘o salário de Deus é a vida eterna por Jesus Cristo’?”.
Aqui é que entra o entendimento do que diz a Bíblia sobre isso. Ela diz que já nascemos
no pecado, portanto, mortos (Sl 51.5; Jo 5.25; Ef 2.1,5). Quando você vem a
Cristo para servi-lo é porque Ele já lhe deu a vida! Veja bem, seu presente
foi-lhe dado mesmo antes de você servir a Ele! Agora faz sentido que a vida
seja um presente e não uma recompensa! Porque você a recebe antes de vir a
Cristo. Se fosse o contrário, então a vida eterna também seria uma recompensa
por você ter vindo a Ele. Mas não. Ele vem a você, lhe dá a vida como presente,
então você O serve!
Com esse entendimento, o evangelho chama os perdidos para
virem a Cristo, a fim de não receberem seu justo salário, a morte; e chama
também os crentes a entenderem o quão gratos devem ser ao Senhor que lhes deu
vida para que pudessem servi-lo! Sirvamos a Cristo não para recebermos a vida,
mas porque já a recebemos por Sua graça e a levamos a outros!
Día tēs písteōs.
Pr. Cleilson
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