"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão" (Gl 5.1).
Por: Mário Gardini
Dorli era um cão velho que viveu numa família que o tratava com muito carinho.
Porém, havia uma peculiaridade – Dorli viveu preso numa corrente durante doze anos.
Um dia alguém, visitando a família, disse: “Gente, soltem o pobre do Dorli. Ele já está borocochô e velho. Dê a ele liberdade”.
Quando soltaram o Dorli, o comportamento do cão continuou o mesmo: não saía do lugar onde viveu durante doze anos.
O cão ganhou a liberdade, mas não sabia que estava livre e permaneceu preso pela mente que o condicionou a viver como um cão escravo e amarrado.
Livres – mas escravos. Parece um paradoxo, mas adotamos tal estilo de vida.
Analise comigo - quantas pessoas que estão “livres”, mas são verdadeiras prisioneiras de si mesmas e dos outros.
Podem alcançar a liberdade, mas não conseguem vivê-la, pois estão condicionadas pelos sentimentos que as aprisionam e por um coração amarrado pela existência.
Dou-lhe um exemplo – seu inimigo pode estar longe e ele nem se lembra mais de você, mas você o traz na lembrança e se torna escravo dele. Acabou o embate, porém a nossa mente está amarrada à pessoa. Ficamos como Dorli – permanecemos no mesmo lugar – odiando e desejando vingança.
Emerson dizia: “Você nem sempre encontra mil amigos, mas o inimigo você o vê por toda a parte: quando acorda, quando toma o café da manhã, quando está no trabalho, lá está seu inimigo, muito embora a milhares de quilômetros de distância da sua vida”.
O divórcio põe fim ao casamento e dá liberdade aos ex-casados.
Será? As amarguras e as raivas permanecem e a escravidão da memória acicata a alma. Quando um vê o outro, mesmo depois do divórcio, dá sudoreses e excessos de raiva.
A Palavra diz que a liberdade já foi conquistada e Deus nos quer livres: "O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor" (Lc 4.18,19).
Livres, verdadeiramente livres – e libertos não mais para viver no reduto do nosso ódio e sentimentos negativos, tal como um cão velho, cansado e condicionado, mas viver na liberdade de uma consciência e um coração desembaraçado, pois “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.32).
Mário Gardini
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